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As Desigualdades de Saúde na Região de Curitiba

Avaliação sobre o panorama geral das desigualdades de saúde para o Núcleo Territorial Central de Curitiba (NTCC) a partir do Mapa das Desigualdades desta temática


A desigualdade se tornou um importante problema social, mas nem sempre é visível ou compreensível pelas pessoas. A desigualdade, por exemplo, é associada frequentemente apenas à renda, ou seja, à desigualdade econômica. No entanto, a desigualdade é um fenômeno complexo, multifacetado e multidimensional. Além de ser resultado quase sempre de uma escolha da sociedade, ela pode manifestar-se em dimensões como o acesso a alimentos, moradia, saúde e educação, por exemplo.


Para enfrentar este desafio, o Grupo de Estudos em MacroEconomia Ecológica (GEMAECO) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com Kurytiba Metropole, criaram o Projeto de Extensão Mapeamento das Desigualdade Sociais na Região de Curitiba - Núcleo Territorial Central de Curitiba (NTCC) - em 2022. O projeto já publicou os mapeamentos na temática Renda e Riqueza, e Trabalho e, agora, publica o mapeamento na temática Saúde para a região de Curitiba. Os documentos estão disponíveis para acesso gratuito no site https://gemaeco.ufpr.br/mapas-das-desigualdades/. O próximo lançamento, ainda sem data definida, é o documento sobre a desigualdade na Educação.


A desigualdade na dimensão "Saúde" acaba sendo muitas vezes ignorada nos debates públicos, embora talvez seja a mais crítica para se compreender as disparidades sociais. A saúde das pessoas permite a garantia da vida e a oportunidade para o exercício da cidadania em sentido amplo, incluindo trabalho e participação da vida pública.


Em razão de sua importância, o documento "Mapa das Desigualdades do Núcleo Territorial Central da Região Metropolitana de Curitiba: Saúde" busca oferecer um conjunto de informações qualificadas sobre as desigualdades relacionadas à saúde. Este documento proporciona uma visão geral das condições de saúde na região de Curitiba, revelando as múltiplas faces da desigualdade, oferecendo informações para o debate público e para a formulação de políticas públicas eficazes e ações coordenadas para o enfrentamento dessas desigualdades.


Um dos indicadores mais reveladores é a taxa de mortalidade em crianças menores de cinco anos. No NTCC, essa taxa varia desde 6,8 (Quatro Barras) a 24,2 (Balsa Nova) mortes por mil nascidos vivos. Esse dado não apenas revela a disparidade na qualidade dos serviços de saúde infantil, mas também aponta para desigualdades estruturais que afetam as chances de sobrevivência das crianças.



Outro dado importante é a taxa de mortalidade por causas externas, resultado da violência ou de acidentes, que varia de 57,7 (Quatro Barras) a 112,8 mortes (Campo Magro) por 100 mil habitantes. Essa diferença sugere que alguns municípios da região estão mais vulneráveis a causas evitáveis de morte, o que pode refletir falhas na infraestrutura de segurança pública e na prevenção de acidentes, entre outras.



Já a cobertura vacinal, um indicador crucial para a saúde pública e a qualidade de vida, também apresenta variações significativas, de 58,2% (Campina Grande do Sul) a 109,6% (Balsa Nova). A baixa cobertura vacinal em alguns municípios revela uma situação grave e preocupante porque sugere falhas na promoção de campanhas de vacinação, acessibilidade às vacinas e no entendimento da sociedade de sua importância, essenciais para prevenir doenças transmissíveis. Esse resultado possivelmente sofra influência da desinformação sobre vacinas que se agravou durante a pandemia de COVID.



Por fim, outro tema importante é a insuficiência de equipamentos médicos, leitos e de médicos nos municípios. O número de mamógrafos por 100 mil habitantes varia de 0 (Balsa Nova) a 3,7 (Campo Largo), a disponibilidade de tomógrafos é igualmente limitada, com municípios dispondo de nenhum desses equipamentos essenciais para diagnósticos precoces, assim como de leitos hospitalares e médicos.


Os dados apresentados no “Mapa das Desigualdades: Saúde” evidenciam a necessidade de uma intervenção coordenada por parte dos governos federal, estadual e municipal. Além disso, é crucial investir em infraestrutura de saúde, incluindo a aquisição de equipamentos médicos e a construção de mais leitos hospitalares e, obviamente, em saúde preventiva, para reduzir as taxas de mortalidade infantil e por causas externas. Isso inclui desde campanhas de vacinação até iniciativas de segurança pública e educação sobre a prevenção de acidentes domésticos e de trânsito.


As desigualdades locais, incluindo a área da saúde, devem ser uma prioridade para candidatos e candidatas nas eleições municipais de 2024. Candidatos comprometidos com a justiça e a equidade social precisam apresentar planos concretos e viáveis para enfrentar essas desigualdades, garantindo que todos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade. A abordagem dessas questões não é apenas uma responsabilidade política, ela é de toda a sociedade.


Vídeo de Lançamento do Documento Temático Saúde


Para mais informações, foi também gravada uma breve apresentação sobre o projeto e o conteúdo do documento na temática saúde.


O acesso à apresentação é possível pelo link abaixo:



Na página do GEMAECO também é possível ter acesso aos outros documentos temáticos já publicados anteriormente.



Kurytiba Metropole e GEMAECO

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